Entenda por que Taylor Swift está regravando seus álbuns, como ela ganhou o título de maior marketeira do pop e por que a jornada dela pode ajudar você a crescer.
Você já deve ter ouvido falar sobre a Taylor Swift por aí. Até porque, além de ser uma das cantoras e compositoras mais bem-sucedidas da última década, ela também dá o que falar nas redes sociais.
Então, bora prosear sobre a loirinha (como a internet carinhosamente a chama), e entender por que ela ganhou apelidos como “marketeira do pop” e “gênio do marketing”. E pode parecer improvável, mas acredite em mim, a gente tem muito o que aprender com ela. Vem se inspirar com a Dra. Taylor!
Uma estratégia destemida:
A Taylor já falou em uma entrevista para a Vogue que se não fosse cantora, queria ser publicitária. Então não é atoa que entre os marcos da diva como artista, está a habilidade da estratégia. Com ela, nada nunca é feito por mero acaso, tudo é muito bem pensado.
Da divulgação de um novo disco até o anúncio de uma parceria, Swift é muito conhecida por dar “pistas” de seus lançamentos para os fãs. Isso mantém o público — e a mídia — engajado, e faz com que todo o processo até finalmente escutar sua música seja uma verdadeira experiência.
E se suas canções são seu produto, assim como sua imagem, Taylor tem seu posicionamento muito bem arquitetado. As estratégias dela são semelhantes ao planejamento de uma grande marca ou evento, e seguem algumas leis que todo mundo que quer fazer sucesso precisa aprender:
Causar impacto: Taylor mostrou que tem poder lançando dois álbuns surpresa durante a pandemia. O primeiro deles, Folklore, chegou na calada da noite, do nada, sem qualquer divulgação, o que não é comum no mundo da música (e nem no mundo da Taylor). Isso causou tanto impacto, que ela lançou uma parte dois, Evermore, pegando carona no sucesso do primeiro disco e mantendo a qualidade, o que garantiu as vendas!
Instigar o público: Taylor é conhecida por ser um “gênio” na hora de dar pistas. Citações, emojis, número da sorte, roupas… tudo pode ser um "easter egg”. O universo de Swift é uma série investigativa que mantém os fãs assistindo todos os seus passos para procurar dicas de lançamentos e novidades.
Possuir uma estética bem definida: Os álbuns de Taylor são divididos em “eras”, o que é comum no mundo pop. Mas ela faz isso com visuais e posicionamentos de imagem completos, sem perder a essência. E ainda ganha lançando produtos promocionais de diferentes fases.
Experimentar coisas novas: Taylor sempre aposta em fazer diferente para provar seu valor e mostrar que faz sucesso em diversos estilos. Seus álbuns vão do country ao alternativo, o que nos ensina a inovar no nosso trabalho, mas sem deixar de valorizar o que os fãs fiéis realmente querem comprar.
Apostar no que vai bem: Apesar de inovar, Taylor não mexe em time que tá ganhando! Alguns de seus maiores sucessos foram escritos com os mesmos produtores e diretores, garantindo o padrão de qualidade e mantendo o trabalho “entre amigos”, com bons profissionais em quem ela confia.
Cuidar do seu sucesso de perto: Uma das maiores estratégias da loirinha é estar sempre à frente de tudo. Ela compõe, produz, dirige os próprios clipes, escolhe seus figurinos, pensa em conceitos… ufa! Cuidar do que é seu é importante, né? E se manter estudando para alcançar novos campos também.
Pensar nos detalhes: Os álbuns de Taylor já performam bem quando se trata de “vendas puras”, mas eles também têm uma ajudinha dos detalhes. A cantora investe em CDs exclusivos, promoções temporárias e brindes. Um bom exemplo disso são as quatro versões de capa do vinil de seu novo álbum, Midnights, que juntas formam um relógio. E sim, acredite, existem fãs que compraram as quatro.
Já deu para perceber que a Taylor controla muito bem seus fatores internos (a própria imagem, o interesse dos fãs e o que ela sabe que eles querem ver, além da qualidade de seu produto), mas a gente não pode esquecer que existem fatores externos também…
Ainda vão gostar de mim quando eu não for novidade?
É essa a frase que Taylor repete em uma de suas canções da versão regravada do álbum Red, refletindo sobre a fama: será que você vai gostar de mim quando eu não for nada novo?
O paralelo serve para a situação da própria cantora, já que Taylor Swift está regravando seus álbuns antigos. E se você está por fora do assunto, pode conferir tudo aqui, mas eu te dou uma breve explicação fácil dessa fofoca, deixando de fora os termos complicados:
Em 2019, após o fim de seu contrato com a gravadora Big Machine Records, com quem começou sua carreira em 2005, Swift anunciou para os fãs que tinha “perdido” suas músicas.
O manda-chuva da gravadora, Scott Borchetta, ex-empresário da Taylor, vendeu a empresa para Scooter Braun, outro figurão do mercado da música (com quem Swift tem desavenças), sem avisar a cantora.
O problema é que Scooter comprou a empresa com a obra de Taylor no catálogo. Os dois empresários até propuseram vender as músicas de volta para ela, mas só sob a condição de que Swift gravasse mais seis álbuns com a gravadora, agora no comando de Braun. Ou seja, isso deixaria Taylor presa.
Sem aceitar a tentativa de acordo, ela perdeu os “masters” (o produto final) de seu próprio trabalho. Mas ela ainda tinha uma coisa que eles não tinham: o poder criativo.
Com isso, Taylor resolveu regravar suas composições antigas e relançar seus CDs em novos álbuns intitulados “Versões da Taylor”. Em 2021 o primeiro deles chegou ao mercado: Fearless, Taylor’s Version.
Cada álbum traz as mesmas músicas da primeira versão, mas com toques novos nos arranjos, aprimoramentos na voz e nova tecnologia de gravação.
Mas será que isso era suficiente para fazer os fãs, mesmo tão leais, comprarem os discos “repetidos”?
Afinal, como manter um produto novo?
Nunca sair de moda:
Mesmo no auge dos serviços de streaming, como o Spotify, que tornam a venda de discos e vinis muito menor, Taylor conseguiu fazer suas regravações entrarem para a lista de mais vendidas.
Para isso, ela usou algumas estratégias:
Incluiu nos álbuns regravados as “músicas do cofre”: são canções extras, escritas na mesma época do CD original, mas que não entraram na produção final da primeira vez;
Novo layout e novas fotos promocionais;
Jogos e charadas para que o público descobrisse as parcerias, os nomes das músicas e as novidades do disco;
Nostalgia para os fãs antigos: relembrando momentos, turnês e fotos, mostrando como o produto era bom, mas agora é melhor;
Chamar atenção do público novo: incluindo as músicas em outros canais, como em trilhas sonoras de filmes e séries, e em outras redes, como o TikTok.
Além disso, no álbum Red, Taylor’s Version, ela atendeu a um pedido antigo do público, lançando uma versão estendida da música preferida dos fãs. Foi assim que All Too Well ganhou sua versão de dez minutos e até um curta metragem no YouTube dirigido pela própria Swift, estrelando dois dos atores mais queridos da geração, Sadie Sink (a Max, de Stranger Things) e Dylan O'Brien (muito conhecido por Teen Wolf e Maze Runner).
Essa estratégia toda também faz sentido na nossa carreira, e quando paramos para pensar na vida útil de um produto. O tempo todo somos bombardeados com novidades, lançamentos e até inovações tecnológicas que podem fazer o que temos a oferecer deixar de ser “novidade”.
Por isso, é fundamental saber se reinventar, encontrar novas funções e novos canais, pensar em oferecer o que ninguém mais oferece, e trabalhar para ser melhor, competindo com sua própria versão antiga antes de competir com o resto. Assim como Taylor competindo com seus próprios álbuns antigos.
E tem outro segredo de ouro: aprender a atrair o novo público, sem se esquecer de reconquistar o antigo, oferecendo a sensação de exclusividade e pensando na experiência do seu consumidor.
Ainda tem um espaço em branco:
Seja relançando produtos velhos como novidade de mercado, inventando charadas e brincadeiras ou vendendo suas polêmicas da melhor forma possível, Taylor sempre mantém uma coisa: a atenção ao que seu público mais quer.
No caso de Swift, os fãs se preocupam com a qualidade de suas composições e o conceito de suas eras. E é com isso que ela mais se compromete! Recentemente premiada como Compositora da Década, a loirinha sabe que se o seu público compra um produto por um motivo, você não pode deixar esse motivo se perder.
Sendo assim, você oferece o melhor preço? Rapidez? Exclusividade? Prosa de qualidade? Invista nisso!
Essa estratégia é chamada de “Reason Why”, que em bom português é o motivo principal para seu produto ser vendido.
O novo álbum de Taylor é o assunto do momento nas redes sociais. E toda a divulgação do disco, com o conceito “meia-noite”, tem sido feita nas meias-noites, no TikTok. E o nome da rede social imita o barulho de qual objeto mesmo? Ah, claro! De um relógio.
Esse dom para criar um conceito, tom de voz e estética, se reinventar, atrair e manter seus fãs e a solidez de sua ótima reputação fazem Taylor uma das maiores estrelas da geração.
Agora, quer conferir os ensinamentos da diva das divas? A gente também tem prosa sobre ela:
E você, tá esperando o quê para fazer o mundo ver o que você pode fazer? É preciso saber aproveitar cada oportunidade e não ter medo de ousar. Então, se achar um Blank Space por aí, escreva seu nome!